26/04/2011

Rio de Janeiro: Maravilhosa ou Desumana?

Olhando esses detalhes horrendos de seres humanos amargurados, abandonados à própria sorte, tratados como pedras ou qualquer outra coisa inerte, inanimada, desprezível, os olhos lacrimejam. Esses seres que, a esta altura já nem posso mais dizer que são humanos, estão como um céu sem estrelas numa noite fria; são desconhecidos da felicidade e da esperança. As dores, a incerteza, a desesperança tiram-lhes o sono outrora reparador, causando-lhes pesadelos e alucinações deprimentes.  Analisando essas macas, essas cores esverdeadas, essas camas gélidas, tem-se a impressão de que isso é um depósito de dejetos em vez de uma sala de restabelecimento. Dispostas em vertical, ocupando quase todo o espaço, essas camas impressionam pela sua gelidez. Alguns, inertes, sem qualquer proteção, estão depositados sobre a lataria cadavérica, mas ninguém parece ver isso. As luzes acesas iluminam o local, mas enegrecem a alma desses perdidos que aqui foram jogados.



Indo-se mais fundo nesse ambiente, é praticamente impossível não se perguntar o óbvio: Onde estamosQue lugar é esseQue país é esseQue povo é esse? Talvez inexistam respostas para essas divagações, mas é certo que este lugar não é humano, que este país não é sério. Este é, certamente, um lugar de descaso, de desprezo. Os administradores deste lugar devem ser de outro planeta ou ter qualquer coisa no lugar normal do coração. Humanos não podem ser, pois se comportam como que dotados de uma capacidade extraordinária de serem desleais com a vida e crueis com seus semelhantes. Se forem humanos, certamente, têm algum problema muito grave e o coração não deve ser dotado da capacidade de amar e, muito menos, de sentirem compaixão, já que não demonstram a possibilidade de serem amáveis.

Quem são eles? Quem são os que administram esse vale de ossos secos? São aqueles que, vez ou outra, choram lágrimas de crocodilo dizendo que dão a sua vida pelas causas dos outros. São aqueles que, metodicamente, dizem ser a paz coletiva o objetivo de sua busca. Mas, na verdade, sua busca não é bem comum, mas o SEU PRÓPRIO bem. Eles são aqueles que pela nossa irresponsabilidade serão novamente eleitos para beberem o nosso sangue nas suas inúmeras viagens, que usarão o Cartão Corporativo para sanar a dívida dos "drinks" que tomaram em outras nações enquanto riem da nossa cara, da nossa dor. Riem porque não temos, sequer, papel higiênico. Riem porque somos irracionais e acreditamos que estão numa sociedade em evolução, num país em desenvolvimento. Riem porque sabem que a nossa capacidade de criticá-los é tão insignificante que não precisam se preocupar com o nosso sofrimento. Eles são aqueles que, descaradamente, aparecem na TV, comprando nossos votos, dizendo que mudaram a história de muitas pessoas. São os que afirmam que a Saúde melhorou. Melhorou para quem? Talvez para eles que não fazem uso dessa baboseira que chamam de SAÚDE PÚBLICA. Isso é aqui é Morte Pública, é matança pública, extermínio e abandono de incapazes. Eles são aqueles de olhos azuis, óculos escuros, carros de luxo que passam por nós na rua e dizem: VOCÊ ALIMENTA MINHA GANÂNCIA.

Eles são EDUARDO PAES, SÉRGIO CABRAL, DILMA, SERRA, LULA!
Esse lugar é o HOSPITAL MUNICIPAL SOUZA AGUIAR.
Essa sociedade somos nós, incapazes de mudar nossa própria realidade!.

OBSERVAÇÃO:

Passando uma noite como acompanhante de uma pessoa que aguarda uma cirurgia ortopédica no Hospital Municipal Souza Aguiar, vi uma triste realidade. Senhores e senhores, que contribuíram a vida inteira pagando seus impostos a ESTE ESTADO DESUMANO estão deitados, sob um ar-condicionado na casa dos cerca de 8° (oito graus), em camas de metal sem colchonete, lençol ou travesseiro. Uma senhora se jogou da cama, se machucou. Trocaram-lhe a frauda e a colocaram novamente na cama, sem nem banho tomar. O Sangue dela ficou espelhado pelo chão durante toda a madrugada. Uma outra senhora com um problema na garganta, nem falar conseguir, recebeu um biscoito ressecado e um copo de leite para beber. Nem a boca ela conseguia abrir. Nenhuma enfermeira ofereceu-lhe um canudo. Outra senhora não tinha lençol e as enfermeiras pouco se importavam. Ela tremia de frio. Eu me incomodei, peguei o meu lençol, o que me cobriria durante a gélida madrugada, e a cobri porque não suportei vê-la tremer e gemer de frio.

Outra senhora queria ir ao banheiro. Chamei a enfermeira para ajudá-la, mas ela deu de ombros. Novamente me compadeci e a levei ao banheiro.

Essa é a saúde de qualidade que o Eduardo Paes diz que temos. Esse o governo maravilhoso que recebemos de Sérgio Cabral, de Lula.
Esta é a CIDADE MARAVILHOSA tão aclamada pela mídia.

(Este texto foi escrito na madrugada do dia 7 de setembro de 2010, por mim, Anderson Cruz)

Um comentário:

By: Ôh Grória!!! disse...

É a calamidade publik mas o q se vai fazer , kanto mais se critik o governo eles masi apertam só se fizessemos um tipo de movimento em redes sociais, para eles melhorarem a saude, a edukção, os trasnportes e mais né ?!

Na verdade axo q se tem mais alem deisso é q orar pra q a glória do Senhor invada o nosso pais inunde o senado, e estabeleça 1 novo tempo!!!