07/07/2011

QUERO SER APÓSTOLO: uma resposta a RICARDO GONDIM

Lendo o texto “Não quero ser apóstolo” do Pastor Ricardo Gondim, ocorreu-me de respondê-lo em suas colocações.



Como seres vivos, nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos. Essa é uma demonstração muito fria que a ciência usa para constatar que somos seres vivos. Mas o ser vivo é algo um pouco (na verdade, muito) mais que isso. O fato de sermos seres vivos e únicos no universo, faz de nós seres pensantes, agentes e, por natureza, curiosos.

Em minha vida terrena escolhi que quero ser algumas coisas:

Escolhi, um dia, que queria ter uma família, uma esposa, um filho, ler uns livros, estudar, conhecer a informática, discutir o mundo. Escolhi que não seria um “Maria vai com as outras”. Escolhi aos dez anos que queria ser cristão, conhecer Jesus, o salvador do mundo, que leria a Bíblia, que viveria a Bíblia, que falaria pela e da Bíblia, que seria alguém “manipulado” pela Bíblia. Isso trouxe pra mim algumas conseqüências com as quais tenho de conviver até o dia de hoje.

Uma vez que escolhi ser um “mensageiro”, escolhi também ser um apóstolo. Mas não quero ser um apóstolo apóstata, mas um apóstolo coerente e obediente a quem estou representando. Quero ser um apóstolo porque fui incubido de uma missão demasiado grande: falar daquele que me salvou.

Gondim diz que os pastores falam de coisas pitorescas e contos folclóricos, mas preciso desconsiderar isso. Primeiro, porque a generalização coloca todo mundo no mesmo saco e rotula, como se todos fizéssemos, fôssemos e crêssemos nas mesmas coisas. Os pastores não falam de coisas folclóricas e casos pitorescos. Alguns poucos o fazem. Os pastores falam do Evangelho, do Salvador do mundo e eu, com certeza, não posso (nem devo) considerar que a Bíblia é pura fantasia folclórica.

Gondim diz, ainda, que o dom ministerial apostólico consta entre os cinco dons ministeriais de Efésios 4.11 e de fato, pelo menos nesse caso, ele diz a verdade. Mas o que ele esqueceu foi de analisar que todo texto tem o seu contexto. Eis o que quero dizer: Efésios 4 tem outros 31 versículos e um deles usa uma palavra denotadora de tempo para dizer quando esses ministérios teriam fim. Leiamos:

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,

Analisemos, em Língua Portuguesa, a estrutura dos textos citados. O texto começa com uma conjunção coordenativa aditiva, ou seja, uma conjunção que tem como função unir duas ou mais ideias. Se o texto começa com um e... é preciso identificar o que vem antes dele. Segundo o versículo anterior, aquele que desceu é o mesmo que subiu e foi ele TAMBÉM que instituiu os dons ministérios que seguem no versículo 11. Mas esses ministérios não foram criados ao acaso. Eles têm um propósito, um fim, um objetivo. E qual é esse fim? O versículo 12 nos dá essa resposta. Quando Jesus “deu” os dons do ministério ele queria que os santos fossem aperfeiçoados, ou seja, que fossem pessoas melhores, mais fieis, mais firmes, mais cristãos. Esse aperfeiçoamento tinha, também, um propósito que era o de servir ao corpo de Cristo, isto é, a igreja. Já o versículo 13, começa com a palavra ATÉ, uma palavrinha pequena, mas que pode ser de muita valia para o nosso entendimento do texto. Esses dons edificarão a igreja ATÉ cheguemos a unidade da fé, ATÉ que cheguemos a ser varões perfeitos, semelhantes a Cristo.

Dessa forma eu só poderia considerar a limitação do dom apostólico, como o faz Ricardo Gondim, se me considerasse já aperfeiçoado “à estatura do varão perfeito”. No entanto, olhando para mim e contemplando minhas ações, minhas próprias reflexões, percebo que ainda não estou aperfeiçoado o suficiente e que, apesar de a graça de Cristo me livrar de toda condenaçao, muitas das minhas atitudes ainda precisam ser revistas e corrigidas. Prefiro ficar com o que disse o músico-adorador Anderson Freire na canção “Imperfeito”: “Pai, perdoa o meu jeito de achar que sou perfeito; vejo o erro nas pessoas, mas não olho os meus defeitos. [...] Me ajuda a melhor”.

Percebemos, então, que esses dons terão sim um fim, mas esse fim será quando Cristo voltar e os nossos corpos forem glorificados. Até lá, a Igreja precisa ser edificada e, segundo o Apóstolo Paulo, os dons ministério foram dados para a edificação dessa mesma igreja.

Sempre fui um leitor assíduo de Ricardo Gondim, mas esse texto, que conheci das mãos de uma pastora em um seminário onde eu lecionava Produção e Interpretação de textos, me fez repensar sobre o real valor que tem aquilo que lemos na Internet. A rede está cheia de informação, mas muitas delas são devaneios literários e nem, sequer, deveriam estar aí para todos lerem.

Ainda seu texto, Ricardo Gondim cita apenas o apóstolo Paulo como exemplo de apóstolos que difere da maioria, mas a Bíblia cita um monte: Barnabé, Tiago, o irmão de Jesus (Gl 1.19), Andronico e Junias, Silvano e Timóteo ( Rm 16.7 e I Ts 1). Antes de se afirmar algo, pastor Gondim, é preciso ter o cuidado com as generalizações e com as falácias da exegese.

Portanto, pastor Ricardo Gondim,

Eu quero ser apóstolo! Eu quero que o meu ministério seja um minisério de sucesso, pois sou imitador do ministério que obteve o maior sucesso de todos os tempos: O ministério de Jesus.

Eu quero ser apóstolo porque Cristo me fez apóstolo na Grande Comisã. Quero ser apóstolo não pelo título, pela fama, pelo dinheiro, porque se apenas quisesse teria feito um curso superior que me trouxesse essas consequência.

Quero ser apóstolo porque meu Senhor é, por essência um grande apóstolo. Não quero o título, mas quero o dom. Não quero a fama, mas quero a responsabilidae. Não o falso poder de uma liderança que se baseia na posição, mas quero a autoridade que a liderança por influência me dá.

Quero ser apóstolo porque quero ser fiel ao leito principal do Evangelho. Quero ser apóstolo porque não quero me distanciar dos pastores simples, das ovelhas simples.

Fomos sim, Pastor Gondim, chamados para ter ministérios de sucesso, pois o ministério de Jesus é um ministério de sucesso.

Enfim, é preciso dizer que antes de ser um título o ministério apostólico é um dom, um chamado, um vocação. É preciso dizer que nesse texto quis dar uma resposta a Ricardo Gondim, mas A PRIMEIRA PESSOA EU é uma forma de dizer que TODOS OS VERDADEIROS CRISTÃOS QUE ESTÃO ATENTOS AOS CHAMADOS DE DEUS E QUE JÁ RECEBERAM ESSE CHAMADO DEVERIAM QUERER DIZER A ELE.

Só há uma razão para eu não querer ser apóstolo: NÃO RECEBI ESSE DOM!

Por Anderson Cruz



FATENE - FACULDADE TEOLÓGICA - FORMANDO PROFETAS PARA AS NAÇÕES!!!

5 comentários:

Alberto Couto Filho disse...

Abençoamado Anderson,
A paz

O Sr. Ricardo Gondim, infelizmente, apostatou da fé. Ele, hoje, declara-se um teísta aberto, um teólogo relacional e descrê da existência de Deus; contesta a soberania, o poder e a imutabilidade do Senhor.
Suas brefáias e burundangas. eu as expuz em mensagem que intitulei OS TRÊS PATÉTICOS.
Em razão do "imperfeito bíblico" que escreve, é bem provável que não saiba mais o significado do termo varão-perfeito -isto é lastimável!
Corajosa, esclarecedora e edificante esta sua mensagem.
Seu conservo em Cristo

Blogueiros do Brasil, notícias & poesias disse...

Deus tem o melhor preparado para nós e o chamado com certeza vem antes de qualquer rótulo que possa existir.

Alex Monteiro disse...

Parabens pelo Blog!

Anônimo disse...

Anderson,
Parabéns, sempre verdadeiro e corajoso.
Carlos

Unknown disse...

Meu Deus, quanta bobagem nesse artigo, vá orar meu querido, ah! esqueci você quer ser apóstolo orar não é pra você.