10/09/2010

Permitam-nos a liberdade




Viver!
Viver parece uma necessidade, uma vontade, algo imprescindível a nós.
Viver!!!
Todos queremos viver, todos queremos saber viver, mas nem sempre nos permitem fazê-lo.

Somos, o tempo todo, isolados de nós mesmos.Isolados dos nossos sonhos, dos nossos pensamentos mais sinceros e verdadeiros. Isolam-nos em nossos medos, em nossos limites e em leis ridículas que dizem ser para o nosso bem, mas que na verdade são mais uma arma de repressão do que realmente somos.



Proíbem que trabalhemos com carteira assinado quando  não nos alistamos para o Serviço Militar que, se me perguntarem para que serve, direi que é para infernizar a vida de pessoas comuns, como eu e você, que acreditamos que a cabine policial da esquina nos garante uma vida tranqüila. Proíbem-nos que estejamos ao lado de quem mais amamos porque precisamos construir uma vida em outro lugar, já que este estado, que se diz organizado desorganiza as nossas vidas para satisfazer suas necessidades.
Proíbem-nos de aprender a viver, a ser, a ter aquilo que nos parece bom e importante, para aprendermos a ter, viver, a ser o que os bancos e quadros das universidades dizem ser importante para mim (não seria eu quem deveria decidir o que me é importante?), e justificam sua importância tentando me convencer que a colação de grau superior é uma exigência da sociedade atual, a sociedade do saber. Fico me perguntando qual o saber que essa sociedade detém. Será o saber matar as pessoas com a justificativa de que fazem mal a sociedade? Será o saber  decidir se uma criança fica com o pai ou a mãe porque um ou outro não tem condições de cuidar dela? Até concordo que uma criança precisa de comida, casa, roupa etc. para viver, mas também você há de concordar comigo que é função do estado, que criamos, garantir que nossos filhos tenham uma vida digna.
São tantas as proibições que me vem a cabeça a ideia de como seríamos felizes se pudéssemos ser livres. Se pudéssemos escolher o que é melhor para os nossos filhos e nossa terra.
Hoje estou cansado!
Estou cansado de promessas, de profecias, de palavras vãs de homens que se dizem mestres do saber porque ocupam um alto posto social. Estou pouco me lixando se vou ser presidente da república ou um varredor de rua, desde que eu possa ser eu mesmo.
Estou farto dessa vida, não porque ela seja ruim, mas porque não me deixam vivê-la na sua plenitude.
Estou farto de ir à escola porque preciso aprender o que eles querem e, quando não correspondo à expectativa deles, sou taxado de “especial”, não no sentido bom da palavra, mas no de anormal, diferente e que precisa ser trabalhado para poder viver nessa sociedade injusta, má e completamente perversa.
Estou farto de ouvir proibições de um monte de detalhes, enquanto o que é realmente importante não é proibido: fazer o outro, meu semelhante, infeliz, impedir meu irmão de conquistar seus sonhos porque eu preciso conquistar os meus. Deveria ser proibido, sob pena de prisão perpétua ou morte nas câmaras de gás na Alemanha de Hitler, que políticos usassem do dom da fala para manipular uma sociedade que não tem o poder de ler nas como publicidade entrelinhas (isso foi roubado dela) que, quando afirmam que vão investir em Educação, vão na verdade investir na manipulação.
Deveria ser proibido que os jornais funcionassem como uma mídia corrupta, agressiva e cruel. Deveriam proibir escolas de ensinarem às crianças que precisam aprender para trabalhar, ganhar dinheiro e consumir, cada vez mais compulsivamente, os produtos dos capitalistas gananciosos. As escolas deveriam ensinar às crianças a serem pessoas melhores, a terem uma auto-estima melhor  e cuidarem das pessoas pelo que são e não pelo que têm.
Mas  é assim essa sociedade: machista, feminista, homofóbica, heterófobica, semita, antiética, antissocial. E é assim mesmo, mas eu posso mudar isso.

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